terça-feira, 20 de setembro de 2011

Capítulo 19


O ar!
Rodrigo Nogueira Queiroz
Capítulo 19
Luar

Nas noite de luar era normal acampar na praia. Esquecer da vida e dormir na areia, sem compromisso. Sem se preocupar e sem, muitas vezes, um barraca ou saco de dormir. Para chegar nessa praia tinha que entrar nas fazendas e por isso só o povo de lá sabia dela.
Rodrigo acordou e o sol estava nascendo. Ele havia dormido pouco. Ele se levantou e foi até a beira da praia. O sol nascia em sentido contrário ao da praia. Rodrigo pegou um pouco de água salgada do mar e jogou no rosto. Ele não queria mais dormir.  Olhou o horizonte, um céu ainda escuro, pois o sol não havia aparecido totalmente.
Rodrigo ouviu passos atrás dele. Mas eram passos muito silenciosos. Ficou em alerta fingindo não ter percebido. Rodrigo conseguia escuta a brisa da manhã bater na pessoa. Mas era um barulho quase que desprezível de tão baixo. Ele sabia de algum modo que essa pessoa que ele ainda não sabia quem era esticou o braço. Rodrigo com medo de um soco agachou rapidamente, ainda de costas se levantou virando, quando viu que não tinha perigo. Era Camila que tentava assustá-lo. Mas foi ela que se assustou. Rodrigo riu.
Camila se sentou na beira da praia e falou:
Ca – é mágico, né ?
Rodrigo se sentou ao lado dela e perguntou:
R – em qual sentido ?
Ela olhou para ele e disse:
Ca – era para você perguntar: como assim?
R – desculpa. Como assim ?
Ela riu e falou:
Ca – seu bobo.
R – é mágico sair daquela pressão toda de faculdade e pá. Cidade, poluição e tudo mais. É mágico que exista um lugar assim, pessoas assim. Gente boa como esse pessoal aqui.
Ca – entendi.
R – o quê ?
Ca – em qual sentido. Cada pessoa interpreta a situação de um modo
Ela olhava para Rodrigo. Rodrigo olhou para ela e falou:
R – no momento eu quero interpretar esse nascer do sol, assim.
E beijou Camila que retribuía o beijo. Rodrigo abraçava Camila. E os dois viam o céu  clareando. Lucas lá atrás acordou e dispertou os amigos em silêncio, mostrando o casal logo à frente. Rodrigo ouviu alguma coisa e falou bem baixo para Camila:
R – acho que os pes...
Ca – eu também ouvi eles acordarem . Tem algum problema? Em eles nos verem juntos ?
R – não, lógico que não
Rodrigo se levantou sem olhar para trás. Lucas como conhecia Rodrigo já sabia que ele já sabia que o pessoal tinha acordado. Rodrigo estendeu a mão para Camila se levantar e Rodrigo disse:
R – e ai quem vai fazer o café da manhã pra nós ?
Camila pegou na mão de Rodrigo e se levantou. Quando Camila se levantou ela pegou na mão de Rodrigo e cruzou seus dedos nos dele. Rodrigo não sabia exatamente o que estava acontecendo e deixou o momento levar. Junior que estava meio tonto ao acordar falou:
J – vocês tão... ?
Ele não terminou, deixou em aberto a frase. Rodrigo já entendeu, olho para Camila que olhava para ele, então o rapaz disse:
R – nós estamos vendo
Ca – nós estamos nos curtindo.
R – é pode ser
Eles se beijaram. Rodrigo estava muito feliz. Uma alegria inundava todos em sua volta. Parecia tudo perfeito. Era dia de Tiradentes, um herói nacional que morreu na forca acusado de traição pela coroa portuguesa. Nesse café da manhã eles comeram o resto da carne que havia sobrado do jantar do dia seguinte. Havia muita carne. E ainda serviria para fazer uma arroz carreteiro. Camila pegou sua câmera e ligou, filmando tudo em volta dela. Os homens queimando um pouco do arroz, e as meninas tentando ensiná-los a cozinha certo. O fumado do Junior que ficava cantando num estado parece que fora do real. Ele mexia o corpo de um lado para o outro, muito estralho, outros meninos em um barco caindo aos pedaço, lá no mar pescando para o dia seguinte, que seria sexta-feira santa. Muitos dos meninos ai eram católicos e não comiam carne no dia seguinte.
Rodrigo se sentia feliz, com uma alegria que inundava o seu ser por inteiro. Camila virou a câmera para Rodrigo. Rodrigo riu, colocou a mão na frente da câmera e falou:
R – não pô
Ca – tira essa mão amor
R – putzz você vai coloca eu no canal?
Ca – não! Se eu colocar você as meninas vão todas ficar com inveja e isso é ruim
R – Ah tá! E o que os homens sentem por mim quando eles vêem eu fazendo isso
E a beijou. Ela riu, ele olhava para o rosto dela com seu coração acelerado. Ele passava o dedão na face do rosto dela, e disse:
R – eu gosto muito de você, menina linda. É serio
Ela colocou a mão no rosto dele e falou:
Ca – você é meu príncipe. Um deus. Meu amor nessa praia semidesértica.
Eles eram um casal bonito e feliz. Camila já se acostumando com o gosto forte do tereré, já considerava uma das coisas mais gostosas do mundo. O garrafa térmica tinha feito um ótimo trabalho. E conservava o gelo por mais de 18 horas. Era até anormal o que a garrafa havia feito. Rodrigo ajudou os meninos que tentavam encaixar quatro troncos em quatro buracos feitos na areia. Os buracos na areia formavam um plano quadrado. Cada aresta era um buraco. Rodrigo foi crucial na conclusão do trabalho. Depois disso eles colocaram uma espécie de pano que os troncos sustentavam. Todos comemoravam e Rodrigo não sabia ao certo por que até Lucas falava. Que essa era a primeira fez que eles tinham conseguido fazer isso sem ajuda dos adultos. Os troncos era muito grossos e pesados. Eles sozinho não aguentavam, mas agora com ajuda do Rodrigo e do primo de Camila deu certo. Na conclusão, esta espécie de barraca fazia uma sombra muito boa. O pano não deixava os raios do sol passar. Mas mesmo assim não ficou aquele negócio quente de lona.
Rodrigo e Camila não eram o único casal do local. Havia um outro casal que estava “voltando”. Ate meio dia havia formado mais um, além do que voltou e Rodrigo. De tardezinha Rodrigo entrou no mar junto de Camila. Depois de se banharem Rodrigo pegou algumas ondas no surfe. Lógico que Ele não era tão bom como os nativos da região.

Pós-leitura
será que essa relação vai continuar ? E quando cada um tiver que voltar para sua cidade ? Será que Rodrigo realmente gosta dela ou esta só jogando com ela? E em relação a ela é só um jogo ou é um amor ?
Não percam o próximo capítulo.
Obrigado pela leitura, espero vocês no próximo capítulo.

Escrito por:
Felipe Tarja (Felipe Oliveira Guimarães.)

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