terça-feira, 2 de agosto de 2011

Capítulo XII

         O ar!
Rodrigo Nogueira Queiroz
Capítulo XII
O rally

Os três quadriciclos estavam na pista. Já era 7h30min, então o sol já estava bem forte e a iluminação natural da pista seria perfeita. Na pista só cabiam dois quadriciclos. O nível inicial era no quintal de Maycon, um local aonde não tinha vegetação, então coube os três. Mas até a pista um teria que freiar para entras atrás dos outros. Ou teria que sair na frente para entrar na pista a frente dos outros. Fernanda com um pano simulou como se você num pega e não num rally. Quando ela soltasse o pano os quadriciclos poderiam largar.
Zenilda atrás falou:
Z – cuidado Maycon. Cortez você me paga, eles mal sabem andar de bicicleta. Rodrigo você não precisa competir, eu faço seu pai comprar a câmera que você quer.
C – Zenilda fica calma, não vai acontecer nada
Z – o Rodrigo tem pouco prática, só faz um ano que ele tem a carteira de motorista
R – na verdade, seis meses
Z – meu deus. Vai não Rodrigo
F – calma Zenilda. Você tem que se preocupar mais com o Maycom que com o Rodrigo
Z – Do Maycon já desisti. Tomem cuidado.
Fernanda levantou a mão, a brisa da manhã estava boa. Mas os cabelos de Fernanda pereciam chamas flutuando no ar. Guiado pelo vento, apenas dois dedos sustentava aquele pano no ar. Quando de repente o pano começou a flutuar sozinho pelo ar. Onde o vento o levava para o meio da pista. Dois quadriciclos largaram na frente. Eram eles, Rodrigo e Cortez. A uns três centímetros estava Maycon. Tinha uma curva antes deles entrar na mata fechada. Rodrigo estava muito rápido na curva e por isso saiu um pouco da trilha. Cortez o passou mais rapidamente, Rodrigo voltou para trilha não deixando seu pai ficar na sua frente. E nessa ordem que eles entraram na mata. Cortez, Rodrigo e depois Maycon. A distância entre eles não era tão significante. Cortez a cada curva ganhava distância de Rodrigo. Maycon em relação a Rodrigo às vezes ganhava distância nas curvas, mas às vezes perdia. Macacos assistiam esta divertida competição, araras azuis até acompanhava os quadriciclos. Os tucanos corriam dos carros, talvez o barulho tenha colocado medo neles. Perto do riacho Cortez teve que desviar de uma capivara, o que fez Rodrigo ganhar distância dele. Agora faltava pouco. Pouco para Rodrigo tentar passar o Cortez, faltava pouco para Maycon tentar ganhar posições, faltava pouco para acabar a corrida também. Logo a seguir tinha a curva mais fechada do rally. Após aquela curva era a maior reta e com poucos obstáculos. Era a parte mais rápida da prova, pois não tinha curvas nem morros, e o desafio mais difícil dessa parte era passar  por uma ponte de concreto, estava logo acima do riacho. (Naquela parte o riacho era muito fundo para os quadriciclos.)
E nesse ponto Rodrigo estava na cola de Cortez. Era a melhor hora para Rodrigo ultrapassar. Mas ele ficou com medo de cair no riacho, então esperou outra chance. A chance que não chegou. O que chegou perto da linha de chegada era um lobo-guará bem na sua frente. Rodrigo êxitou por um instante para pensar, mas não tinha o que pensar, se ele continuasse atropelava o lobo. Zenilda logo na frente tinha visto o lobo e fez uma careta. Rodrigo sabia que se ele continuasse a vitória seria dele só com uma leve manobra, todavia o lobo-guará sairia muito machucado se ele não brecasse. Ele sabia que se ele freasse,  seu pai ganharia, então ele estava em um impasse. Rodrigo virou o guidão. Apesar de Rodrigo ter quase batido no carro de Cortez, ter tirado fino do lobo, demorou um pouco para Zenilda e Maycon processar o que havia acontecido. Maycon quase bateu no Rodrigo por causa da troca de pista que o menino teve que fazer, todavia o pai conseguiu desviar. O quadriciclo de Rodrigo estava com pouca velocidade por causa da sua freada, logo atrás vinha Maycon que para desviar não precisou freiar e assim tomou a frente. E foi assim que a competição acabou. Cortez, Maycon e Rodrigo.
Maycon comemorava o segundo lugar enquanto Cortez ia de encontro a Rodrigo. Cortez deu a mão para Rodrigo levantar-se do carro. Rodrigo levantou. E Fernanda falou:
F – legal da sua parte por ter desviado do lobo-guará
R – é ele fez eu perder
Cortez olhou para Fernanda perguntando.
C – o lobo tá em extinção né?
F – sim.
R – lobo vagabundo. Tava no lugar errado.
C – não, lá é o lugar dele, ele estava na hora errada. Até porque ele é um animal noturno. Estava atrás da sua janta, provavelmente.
R – do mesmo jeito.
O vento agora soprava mais forte e Maycon veio zoar de Rodrigo, quando Maycon abriu a boca. Cortez falou:
C – nem vem Maycon eu ganhei de você, por isso eu decido se você vai ou não dar a câmera para o menino.
M – isso não é justo
R – legal
C – vou obrigar seu pai ficar aqui mais uma semana. E sábado eu vou te buscar. Eu vou de dar a câmera, mas o meu desafio só vai acontecer sábado que vem. Tá?
R – porra! virou moda agora fazer desafio pra mim ? mais tá bom. Só uma coisa. E se eu perder?
C – acho que você vai ganhar
R – mas e se eu perder?
C – bem se você perder. Eu acho que a vida de um lobo-guará vale muito mais que uma câmera.
Rodrigo sorriu. Maycon falou:
M – qual vai ser o seu desafio Cortez?
C – o apressado come quente e cru.

                     
   
            pós-leitura

próximo capítulo mostra um dos pensamentos de Rodrigo sobre o mundo.
Não percam o próximo capítulo.
Obrigado pela leitura, espero vocês no próximo capítulo.

Escrito por:
(Felipe Oliveira Guimarães.)
 

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